domingo, 1 de abril de 2012

Opinião, pelo Sd PM R. Júnior / BPChoque


"Tambores, cantos e danças que nos remetem ao continente mãe, a Mãe África, que no mapa nos parece tão distante, mas que  por um momento está ali aos nossos olhos, em um pequeno “terreiro”, na periferia do Recife, que reproduz essa África longínqua, como em uma viagem no tempo.
Num tempo em que o Brasil dominado pelos Europeus, os quais negavam a identidade, a língua e a fé  aos  humanos trazidos para trabalharem até o esgotar das suas forças vitais.
E era assim com suor, sangue e lágrimas que era produzido o doce açúcar, que adocicava os chás de toda a Europa.
Chicotes, correntes, mutilações e estupros foram usados para desfigurar-lhes, anular a cultura e as lembranças que não estavam escritas em nenhuma publicação, a não ser nos corações e nos olhares saudosos.
E é justamente nos corações, que é verdadeira morada dos Orixás, floresceu a religião hoje conhecida como Candomblé, pois os açoites e os cortes não conseguiram atingir tal crença, pelo contrário, pois a cada golpe, os sonhos e o desejo de liberdade aumentavam  a resistência  aos maus tratos  de uma sociedade racista, que até a existência de um alma lhes negava, impondo seus santos, os quais compunham um sincronismo com os Orixás Angolanos, Jejes, nagôs, etc.
No dia 18 de março de 2012, mais uma vez  em um ”terreiro” localizado na Rua Nilton Carneiro, na UR-2 / Ibura, sob a liderança de Mãe Nadja, de Nação Angola, novamente as pessoas cantam e dançam, porém dessa vez não é um cantar de dor, mas um canto de esperança por dias melhores, de alegria e novamente, como acontece a milhares de anos, Os Orixás manifestam suas forças, não são  deuses  distantes em tronos, em alturas celestiais, mas  deuses que estão ali, dançando e celebrando, rodando junto com idosos e crianças, exaltando a natureza e toda força e a fé de um povo que a trouxe “apenas” no coração. AXÉ !" ( R. Júnior - Soldado PM)










 GT Racismo PMPE: dizendo NÃO à intolerância religiosa.



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