terça-feira, 10 de abril de 2012

Lançamento do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB/UFPE)

No dia 21 de março de 2012, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na figura do Magnífico Reitor Professor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado, e com iniciativa do Centro de Educação daquele estabelecimento de ensino superior, foi realizado o lançamento do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros, NEAB/UFPE.
A solenidade contou com uma caminhada que partiu do Centro de Educação e foi até o Lago do Cavouco, onde foi feita uma justa homenagem ao escultor José Corbiniano Lins, assim como a plantação de um Baobá.
Já no Auditório Professor Carlos Maciel, localizado no Centro de Educação, os participantes do evento puderam contemplar a bela apresentação musical realizada pelo Grupo Korin Orishá, assim como, as falas dos componentes da mesa, dentre os quais se encontravam o Magnífico Reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, que presidiu os trabalhos, o Pró-Reitor de Extensão, Professor Edilson Fernandes de Souza, o escultor José Corbiniano Lins, a Professora Dayse Cabral de Moura, a qual, juntamente com o Prof. José Bento Rosas, idealizou e coordena o NEAB; participaram ainda da mesa o Professor Dr. Moisés Santana de Melo (UFRPE), dentre outras autoridades presentes. Este último, Prof. Dr. Moisés Santana, ainda proferiu uma palestra intitulada "Os NEABs no contexto das políticas afirmativas nas universidades". Palestra esta que antecedeu o encerramento da solenidade, que se deu com um coquetel contendo comidas típicas da cultura africana.
A data para o lançamento do NEAB da UFPE não foi escolhida aleatoriamente. O dia 21 de março é considerado, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, o qual rememora o massacre que resultou na morte de 60 (sessenta) pessoas e centenas de feridos na África do Sul, nos idos de 1960, na cidade de Shapeville, os quais sofreram represália por dar um passo à frente na luta contra o racismo e a opressão sofrida pelo povo negro naquele continente tipicamente negro, paradoxalmente. A violência foi cometida enquanto parte da população negra daquele país realizava uma manifestação pacífica de protesto contra o uso de “passes” para os negros poderem circular nas chamadas áreas “brancas” da cidade.
Hoje, quase 60 anos após, mais uma vez tenta-se dar um passo à frente contra a discriminação racial, mas desta vez, sem agressões físicas e mortes.

O GT Racismo da PMPE se fez presente no local e participou das atividades desse momento histórico na luta contra o racismo em Pernambuco.

Confira as fotos:

Grupo Korin Orishá


Escultor José Corbiniano Lins e a Professora Dayse Cabral de Moura, Coordenadora do NEAB


Componentes da mesa presidida pelo Magnífico Reitor Professor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado



domingo, 1 de abril de 2012

Opinião, pelo Sd PM R. Júnior / BPChoque


"Tambores, cantos e danças que nos remetem ao continente mãe, a Mãe África, que no mapa nos parece tão distante, mas que  por um momento está ali aos nossos olhos, em um pequeno “terreiro”, na periferia do Recife, que reproduz essa África longínqua, como em uma viagem no tempo.
Num tempo em que o Brasil dominado pelos Europeus, os quais negavam a identidade, a língua e a fé  aos  humanos trazidos para trabalharem até o esgotar das suas forças vitais.
E era assim com suor, sangue e lágrimas que era produzido o doce açúcar, que adocicava os chás de toda a Europa.
Chicotes, correntes, mutilações e estupros foram usados para desfigurar-lhes, anular a cultura e as lembranças que não estavam escritas em nenhuma publicação, a não ser nos corações e nos olhares saudosos.
E é justamente nos corações, que é verdadeira morada dos Orixás, floresceu a religião hoje conhecida como Candomblé, pois os açoites e os cortes não conseguiram atingir tal crença, pelo contrário, pois a cada golpe, os sonhos e o desejo de liberdade aumentavam  a resistência  aos maus tratos  de uma sociedade racista, que até a existência de um alma lhes negava, impondo seus santos, os quais compunham um sincronismo com os Orixás Angolanos, Jejes, nagôs, etc.
No dia 18 de março de 2012, mais uma vez  em um ”terreiro” localizado na Rua Nilton Carneiro, na UR-2 / Ibura, sob a liderança de Mãe Nadja, de Nação Angola, novamente as pessoas cantam e dançam, porém dessa vez não é um cantar de dor, mas um canto de esperança por dias melhores, de alegria e novamente, como acontece a milhares de anos, Os Orixás manifestam suas forças, não são  deuses  distantes em tronos, em alturas celestiais, mas  deuses que estão ali, dançando e celebrando, rodando junto com idosos e crianças, exaltando a natureza e toda força e a fé de um povo que a trouxe “apenas” no coração. AXÉ !" ( R. Júnior - Soldado PM)










 GT Racismo PMPE: dizendo NÃO à intolerância religiosa.