GT RACISMO PMPE: Guia de Direitos Humanos para as Instituições Policiais Militares

Entrevista com a Major PM Verônica

A coordenadora e instrutora do Grupo de trabalho que estuda as relações étnicas, raciais e racismo da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Major PM Verônica Silva, iniciou um trabalho de orientação e capacitação dos órgãos que operam a segurança pública no estado.

Ela achou necessária a criação de um grupo de trabalho contra o racismo dentro da PM por "observar as formas diferentes de tratamento com a população negra, principalmente nas abordagens policiais". Ela diz ainda: "senti a obrigação e dever de tentar mudar esta situação. Pois sou negra e de matriz africana e aquela situação mexia com os meus sentimentos, quando o nosso povo lamentava por ter sido maltratado por um policial militar. Eu tinha que fazer alguma coisa."

Desta feita, ela começou com instruções para os alunos em formação de soldados, inicialmente com instrutores civis, advindos dos Movimentos Sociais. Posteriormente houve a capacitação de militares sobre o tema para que estes últimos dessem continuidade ao processo. Frise-se que a disciplina de Relações Étnico-raciais foi implantada na matriz curricular dos órgãos operativos da Secretaria de Defesa Social (na formação de policiais militares, bombeiros militares e policiais civis).

O maior desafio encontrado pela Major PM Verônica é "fazer com que os superiores hierárquicos acreditem que existe racismo interno e externo na Polícia Militar e fazer com que os Movimentos Sociais entendessem que a nossa intenção é proporcionar uma segurança igualitária, respeitando os direitos e deveres. O nosso objetivo não é sermos temidos e sim ser uma Polícia respeitada."

Trechos de entrevista extraídos da Publicação trimestral (Número 20, AGO 2011) contra o racismo do Ministério Público de Pernambuco.

GT RACISMO PMPE

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Guia de Direitos Humanos para as Instituições Policiais Militares

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