segunda-feira, 5 de maio de 2014

II Encontro Nacional de Psicólog@s Negr@s, Pesquisador@s das Relações Raciais e Subjetividades



O início do mês de Maio, 01, 02 e 03/05/2014, reuniu Psicólogas(os) negros e brancos conscientes das questões raciais de todo o Brasil na Faculdade Maurício de Nassau, as(os) quais vieram participar do II Encontro Nacional de Psicólogas(os) Negras(os), Pesquisadoras(es) das Relações Raciais e Subjetividades, ou II PSINEP.
O encontro foi realizado pela Articulação Nacional de Psicólog@s Negr@s, Pesquisador@s das Relações Raciais (ANPSINEP) e contou com uma comissão organizadora e com uma executiva. Entre elas participaram da realização do evento o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), o Instituto AMMA Psique e Negritude, ambos de São Paulo (SP), a Organização de Mulheres Negras Maria Mulher de Porto Alegre (RS), o Observatório Negro de Recife (PE), a Rede de Mulheres Negras do Paraná (PR), além da Secretaria Executiva do Observatório Negro e da Assessoria de Evento: Mátria - Psicologia e Relações Raciais.
Desde 2002 o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou uma Resolução para estabelecer normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial. Foi a Resolução CFP 018/2002. Porém, os profissionais da área verificam que nesses 12 anos de publicação, a maioria dos psicólogos não colocam em prática o que estabelece a resolução do conselho, haja vista que muitos profissionais negligenciam as questões referentes ao sofrimento vivenciado pelas pessoas que sofrem preconceito e discriminação racial.

Desta feita, cerca de 90 pessoas participaram do evento que contou com a participação do Professor Doutor Kabengele Munanga para Conferência de Abertura, cujas palavras emocionaram o público que o aplaudiu de pé ao término da sua explanação.
A mesa de abertura contou com a participação da Professora Maria de Jesus Moura, uma das elaboradoras da Resolução CFP 018/2002 e parte da comissão organizadora do II PSINEP, do representante do CFP, do Secretário Executivo de Justiça e Direitos Humanos, Paulo Morais, da Gerência de Igualdade Racial da Prefeitura do Recife, na figura de Samuel da Luz, da representante do Conselho Regional de Psicologia 02 (Recife) e da Polícia Militar de Pernambuco, na figura da Capitã PM Lúcia Helena, Coordenadora do GT Racismo PMPE, entre outras(os).
Além desses, os participantes puderam ouvir ainda Ângela Soligo, Presidente da Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP) e o Professor Altair Paim, para tratar sobre Relações Raciais e o Ensino em Psicologia; com a Psicanalista Isildinha Nogueira e o Professor Doutor José Moura Gonçalves Filho que discorreram sobre Racismo e Sofrimento Psíquico - perspectivas teóricas e práticas; e com o Professor Doutor Moisés Santana, Coordenador do Consórcio Nacional dos Núcleos de Estudos Afrobrasileiros das Universidades Federais do Brasil e do Psicólogo Antonino Alves da Silva para falar sobre a questão do Racismo Institucional e Políticas Públicas.

Além de toda essa programação, o público que prestigiou o evento pode participar de rodas de conversa, apresentar seus trabalhos científicos relativos à temática em tela, ver o lançamento do Filme "AfroCariocas: passado, presente e futuro", de Aristóteles Kandimba, ver lançamentos de livros diversos, além de participar de várias atividades culturais.

No último dia do evento (sábado), a primeira mesa do encontro contou com a participação dos parceiros no combate ao racismo institucional, a exemplo de Conceição Costa, da Secretaria Executiva de Direitos Humanos do estado, Samuel da Luz, Gerente de Igualdade Racial da Prefeitura do Recife e da Capitã Lúcia Helena, do GT Racismo PMPE.

Já a última mesa do evento contou com a participação de todas(os) que ajudaram na organização do II PSINEP.

Alguns participantes do II PSINEP confeccionaram ainda um tipo de memorial em protesto às pessoas negras que foram assassinadas pela ação direta ou indireta da Polícia Militar do eixo Rio de Janeiro e São Paulo. É necessário trabalhar imediatamente as representações sociais e o imaginário social que tende a acreditar que as pessoas negras, sejam pretas ou pardas, são potencialmente criminosas. Esse imaginário deturpado faz com que alguns profissionais de segurança deem um tratamento diferenciado às pessoas, a depender da cor da sua pele, durante a abordagem policial. Precisamos refletir sobre isso imediatamente!
Diga não à violência!

Confira algumas outras fotos do evento:









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