Folha de Pernambuco
Transexuais
e travestis são recebidos com honras militares
ENCONTRO É MARCO NO COMBATE À TRANSFOBIA
FOLHA
RESUME
Um grupo com cerca de 50
pessoas, entre transexuais e travestis, foi recebido no Quartel da PM, ontem,
com honras militares. O encontro é um marco na luta contra a intolerância,
preconceito e a discriminação. Após a ocasião, os visitantes saíram em
caminhada pela avenida Agamenon Magalhães.
■SOLENIDADE teve agraciações entre os movimentos em defesa dos
direitos das transgêneros e a Polícia Militar
Um marco na luta contra o
abuso e o preconceito. Foi assim que, pela primeira vez na história da luta
contra a transfobia no Estado, um grupo de transexuais e travestis foi recebido
com honras por policiais militares, no Quartel do Derby, na área Central da Capital.
O encontro ocorreu na arde de ontem, com uma solenidade de agraciações entre s
movimentos em defesa dos direitos das transgêneros e a Corporação. Antes disso,
o rupo com cerca de 50 pessoas saiu em caminhada pela Avenida Agamenon
Magahães, como intuito de chamar atenção da sociedade pela uta dos direitos da
classe GBT, com o foco no combate à discriminação e liberdade e gênero.
Participaram do ato membros do Grupo de Trabalhos m Prevenção Posithivo GTP+) e
da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco
Amotrans-PE).
A concentração ocorreu na
praça do arque Amorim, no bairro a Boa Vista, e os participantes partiram em
direção o Derby, munidos com uma andeira em alusão ao movimento LGBT com quase
30 metros de comprimento. Durante a caminhada, o rupo ocupou uma das faixas a
avenida, o que causou congestionamento em alguns trechos da Agamenon. Agentes
de trânsito da CTTU e policiais militares acompanharam o percurso e monitoraram
o tráfego na região. Já no Quartel da PM, o grupo foi recepcionado pelo diretor
de Articulação Social e Direitos Humanos da PM (DASDH), coronel José Antônio.
Uma placa de menção honrosa
foi entregue ao militar com o objetivo de reverenciar o trabalho de sensibilização
com relação às tranexuais e travestis em situação de vulnerabilidade. Além
isso, os transexuais lembraram a importância de a Polícia Militar estar
ofertando palestras e seminários nos segmentos da ética e direitos humanos. “O
papel da abordagem é importante seja daquele ou daquela que esteja envolvida
como vítima ou acusada de uma ocorrência policial, mas, é importante se
trabalhar com a garantia dos direitos do cidadão, seja em qualquer circunstância”,
disse o coronel José Antônio.
A solenidade contou,
ainda, com a entrega de uma carta aberta à PM com reivindicações dos ativistas,
incluindo a integração de transexuais no programa de formação da academia da
corporação, a garantia de abordagens mais condizentes por profissionais do sexo
feminino, a garantia de atendimento humanizado n Corregedoria e que sejam apurados
com mais rigidez o casos de abuso aos transexuais que atuam como profissionais
do sexo.
Saiba
mais
SOLENIDADE
- No encontro da tarde de ontem, membros de movimentos do GTP+ e Amotrans-PE
entregaram troféus a cinco representantes de entidades da defesa dos direitos
humanos e da luta contra a transfobia e homofobia. Além disso, os policiais
militares foram agraciados no salão do Quartel do Derby com a recitação de um
poema e apresentações musicais. HOMICÍDIOS - Somente no ano passado, segundo o
Centro Estadual de Combate à Homofobia, 22 pessoas foram assassinadas em
Pernambuco, vítimas de violência de gênero.
“Estou
feliz com a minha profissão. E ainda mais por ajudar o movimento trans na luta
por seus direitos” “ Marcelo Santos, soldado da PM e representante da DASDH.
“Sabemos
que antigamente se praticava a tortura contra nós, mas, nos dias de hoje, há diálogo
entre as trans e a PM” Maria Clara, militante do GTP+
Jornal do Commercio:
CAPA DOIS
Homenagem para a polícia
Publicada em 30/01/2015
Foto de capa
No Dia da Visibilidade Trans, comemorado ontem, a Polícia
Militar de Pernambuco (PMPE) recebeu uma menção honrosa da comunidade LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). O prêmio é uma forma de
agradecer pelo trabalho de sensibilização de oficiais na abordagem a travestis
e transexuais na rua, realizado pelo comandante geral da PMPE, Antônio
Francisco Pereira Neto. Além disso, também foi entregue uma lista de
reivindicações.
Na relação, entre outros itens, estavam pedidos de apuração de casos de
abuso aos transexuais que atuam como profissionais do sexo e abordagem
humanizada por parte da Polícia Militar, feita por profissionais do sexo
feminino.
A ação fez parte da 2ª Marcha pela Visibilidade Trans, realizada pela
Articulação de Movimento para Transexuais e Travestis de Pernambuco
(Amotrans-PE) e pelo Grupo de Trabalho Pela Prevenção e Cidadania (GTP+).
Os participantes se reuniram no Parque Amorim, e caminharam até o Quartel da
Polícia Militar, no Derby, na área central do Recife, carregando uma bandeira
arco-íris de 30 metros de extensão.
"Hoje é o dia em que nos unimos pela visibilidade trans. Vamos dizer não
ao preconceito. Oferecemos a homenagem ao comandante geral da Polícia Militar
como uma forma de agradecer pelo trabalho que vem realizando com os oficiais.
Nos anos 1980, sofremos muita perseguição da organização, por causa da
discriminação. Hoje é bem melhor, mas ainda temos muito a conquistar",
afirma uma das presidentes da Amotrans-PE Chopelly Santos.
O coronel José Antônio, diretor de Articulação Social e Direitos Humanos da
Polícia Militar, recebeu a menção honrosa e vai analisar os pedidos feitos pela
comunidade LGBT.
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