O dia 27 de março (QUI) foi especial para o GT Racismo PMPE.
Os componentes do grupo tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra
ministrada pelo Sacerdote Omorisà L'Osùn e Juremeiro Alexandre L'Omi
L'Odò, que também é Estudante de História na
UNICAP, Músico/Percussionista, Arte-educador, Pesquisador, Produtor
Cultural/Fonográfico, Gestor Cultural e Exotérico Holístico. Além de fazer
parte do Comitê Nacional de Respeito a Diversidade Religiosa da
Presidência da República.
Alexandre L'Omi L'Odò falou sobre a questão da situação
do negro no Brasil. Um país onde muitas pessoas ainda insistem em acreditar e
afirmar que existe uma democracia racial, baseando-se em Gilberto Freyre e a
sua fantasia da "Casa Grande e Senzala".
Alexandre trouxe ainda um documentário sobre Malunguinho, o qual fala sobre o momento histórico da criação da Polícia Militar de Pernambuco. Criação essa que aconteceu para debelar uma das maiores áreas quilombolas existente em nosso Estado. A população negra sedenta por liberdade, desejosa de deixar de sofrer com o tratamento desumano e extremamente violento dedicado às pessoas escravizadas se fixou nas matas existentes desde Olinda, onde hoje é Peixinhos, até o Município de Goiana. Eram mais de 4 quilombos naquela região. Não há como precisar a quantidade de pessoas que moravam lá.
Alexandre trouxe ainda um documentário sobre Malunguinho, o qual fala sobre o momento histórico da criação da Polícia Militar de Pernambuco. Criação essa que aconteceu para debelar uma das maiores áreas quilombolas existente em nosso Estado. A população negra sedenta por liberdade, desejosa de deixar de sofrer com o tratamento desumano e extremamente violento dedicado às pessoas escravizadas se fixou nas matas existentes desde Olinda, onde hoje é Peixinhos, até o Município de Goiana. Eram mais de 4 quilombos naquela região. Não há como precisar a quantidade de pessoas que moravam lá.
Foram cerca de 30 investidas das milícias em quase 20 anos de existência quilombola. Todas sem sucesso. Para conseguir vencer o
desejo de liberdade dos negros, foi necessário que as milícias se organizassem.
Foi nesse contexto que nasceu a nossa Briosa PMPE. Infelizmente a PMPE já
surgiu para combater a população negra, que na época era tida como criminosa e
subversiva. Esse calo permanece até hoje na atuação da nossa instituição.
Malunguinho - líder guerreiro e espiritual |
Onde,
devido ao imaginário social, alguns policiais militares teimam em considerar a
cor da pele como fator de suspeição. Isso foi verificado cientificamente por
meio de uma dissertação de mestrado realizada pelo, então, Major PM Geová. Mas
é importante frisar que esse imaginário social que prejudica a visão com
relação a população negra não é privilégio da polícia e sim de toda sociedade.
Que aprende desde criança por meio de "brincadeiras" e de mensagens
que são repassadas de geração em geração, a ter preconceitos e discriminar as
pessoas que possuem mais melanina na sua pele.
Após a explanação de L'Omi, o debate foi bastante instigado
e foi um momento de profundas e fecundas reflexões por parte do grupo presente.
Ao final, a Capitã Lúcia Helena ainda passou um pequeno
vídeo sobre Racismo Institucional, que foi lançado pelo Ministério Público de
Pernambuco (MPPE), em comemoração aos 11 anos de existência e de trabalho do GT
Racismo daquela instituição. Além de entregar um certificado de agradecimento
ao palestrante, com a ajuda do Cabo BM Edvaldo e do Soldado PM Jozivan, ambos integrantes
do GT Racismo PMPE.
Além dos policiais e bombeiros militares que compõem o GT
Racismo PMPE, participaram ainda da reunião duas profissionais que atuam com o
Projeto Governo Presente, com ações realizadas na área do 19º BPM.
O GT Racismo agradece a Alexandre L'Omi L'Odò pela frutuosa
explanação dada a nossa tropa, assim como a todos/as os membros do GT Racismo
que puderam estar presentes na reunião.
Para mim foi um imenso prazer trocar saberes com pessoas tão dispostas a discutir o tema RACISMO e INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. Me disponho a colaborar em outros momentos. Como palestrante ou como participante de atividades que venham a contribuir no avanço da luta contra o racismo na Polícia Militar.
ResponderExcluirSalve a Jurema.