"Tambores,
cantos e danças que nos remetem ao continente mãe, a Mãe África, que no mapa
nos parece tão distante, mas que por um momento está ali aos nossos
olhos, em um pequeno “terreiro”, na periferia do Recife, que reproduz essa
África longínqua, como em uma viagem no tempo.
Num
tempo em que o Brasil dominado pelos Europeus, os quais negavam a
identidade, a língua e a fé aos humanos trazidos para trabalharem
até o esgotar das suas forças vitais.
E
era assim com suor, sangue e lágrimas que era produzido o doce açúcar, que
adocicava os chás de toda a Europa.
Chicotes,
correntes, mutilações e estupros foram usados para desfigurar-lhes, anular a
cultura e as lembranças que não estavam escritas em nenhuma publicação, a não
ser nos corações e nos olhares saudosos.
E
é justamente nos corações, que é verdadeira morada dos Orixás, floresceu a
religião hoje conhecida como Candomblé, pois os açoites e os cortes não
conseguiram atingir tal crença, pelo contrário, pois a cada golpe, os sonhos e
o desejo de liberdade aumentavam a resistência aos maus
tratos de uma sociedade racista, que até a existência de um alma lhes
negava, impondo seus santos, os quais compunham um sincronismo com os Orixás Angolanos,
Jejes, nagôs, etc.
No dia 18 de março de 2012, mais
uma vez em um ”terreiro” localizado na Rua Nilton Carneiro, na
UR-2 / Ibura, sob a liderança de Mãe Nadja, de Nação Angola, novamente as
pessoas cantam e dançam, porém dessa vez não é um cantar de dor, mas um canto
de esperança por dias melhores, de alegria e novamente, como acontece a
milhares de anos, Os Orixás manifestam suas forças, não são deuses
distantes em tronos, em alturas celestiais, mas deuses que estão
ali, dançando e celebrando, rodando junto com idosos e crianças, exaltando a
natureza e toda força e a fé de um povo que a trouxe “apenas” no coração.
AXÉ !" ( R. Júnior - Soldado PM)
GT Racismo PMPE: dizendo NÃO à intolerância religiosa.
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